Minhas Asas
Umedecidas batidas partidas cortadas pela vida
Lâminas que eu mesma afiei
Em fatias o tempo
Entra em uma latência
E me despedaça
Desejos vorazes de impermanência
Onde se demorar?
Onde não há ar?
A boca assopra forte
Um vendaval espana tudo que é imóvel e morto
Subvertem-se pápeis, folhas, direções
Não há o que norteie o novo
É grito, é choro, é reza, é vela, é foice, é móvel, é força
Ah companheiro
Somos mulheres do terceiro mundo
E por vezes o binário nos escapa
O ventre é nosso triunfo
A navalhadas
Estamos sendo o que mais tememos
E descobrimos que o que mais tememos
É ter medo de não sermos
O que podemos ser
Quando estamos sendo
Nenhum comentário:
Postar um comentário