quinta-feira, 16 de setembro de 2021

ASAS PARTIDAS

 

Minhas Asas

Umedecidas batidas partidas cortadas pela vida

Lâminas que eu mesma afiei

Em fatias o tempo

Entra em uma latência

E me despedaça

 

Desejos vorazes de impermanência

Onde se demorar?

Onde não há ar?

A boca assopra forte

Um vendaval espana  tudo que é imóvel e morto

Subvertem-se pápeis, folhas, direções

Não há o que norteie o novo

É grito, é choro, é reza, é vela, é foice, é móvel, é força

 

Ah companheiro

Somos mulheres do terceiro mundo

E por vezes o binário nos escapa

O ventre é nosso triunfo

 

A navalhadas

Estamos sendo o que mais tememos

E descobrimos que o que mais tememos

É ter medo de não sermos

O que podemos ser

Quando estamos sendo

Nenhum comentário:

Postar um comentário