sábado, 4 de dezembro de 2010

Será Santa

A noite acordou                                              
Já tem que correr
Escutando Jorge ben e os Mutantes
Já tem que correr
Deitada no sofá quase que indo                                  
Já tem que correr
Deitada no sofá quase que fico...
Já tem que correr
Ainda é cedo
Já tem que correr
Lua e sol se compondo
Já tem que correr
Ao deleite da lembrança
Já tem que correr
Quase tudo que eu sei
Já tem que correr
Tudo que ainda não vivo
Já tem que correr
Em tudo que deixo
Já tem que correr
Pensamentos em vôo
Já tem que correr
Trilhos sem trilhas
Já tem que correr
O querer da tarde
Já tem que correr
Pescando sutilezas
Já tem que correr
Casamentos do saber
Já tem que correr
Ao sair um pouco de si
Já tem que correr
Quase tudo que sei
Já tem que correr
Detrás do olhar um querer
Já tem que correr
Tudo que ainda não vivo 
Já tem que correr 
Tenta-me o novo 
Já tem que correr 
Reviver é nascer 
Já tem que correr
Toco do alto as estrelas
Já tem que correr
As minhas Flores coloridas
Já tem que correr...

- Daquela Janela eu posso ver um caminho a percorrer... 
Pra que correr? 


Clara Lobo

sábado, 20 de novembro de 2010

Um pensar, um lugar.  
Um lugar, um estado.


Um estado, um instante.
Um instante, o meu tudo.


O meu tudo, o vazio.
O vazio, em aberto.


Em aberto é o que vive.
Fechado é o que mora.


Vive-se onde mora ou mora-se onde vive?


Ao morar e viver
Recolho-me eu, a poesia.




Clara Lobo


quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Aos palhaços

Palhaços...
De qual graça é a graça que o torna?
De qual graça é a nossa graça?                                                          
Em qual graça se habita sua defesa?
Em qual graça afirma sua forma de beleza?
Em que graça mora tua fome?
Em que graça a graça é a tua graça?
Em que graça recolhemo–nos na nossa falta de graça?
Em que graça desacorrentamos-nos?
De onde surge a graça em que burburinhamos para nos confortar?
De onde surge a graça que sucumbimos para nos tapar?
Palhaço é tu porque nos vacina terceiro olho?
Palhaço é tu que nos traz graças em desencanto?
Palhaço é tu que tem que se fantasiar para se humanizar?
Palhaço é tu que ao ir embora ainda o estamos carregando?
Palhaço é tu que nos traz calor em meio a nossa divina frieza ?
Palhaço é tu que nos aviveis com punhaladas no peito?
Palhaço é tu que faz brilhar a própria insanidade?
Palhaço é tu que bate asas enquanto ficamos presos ao seu espectáculo de risos?


Palhaços somos nós entre quase e o negado.
Palhaços somos nós amando em desafago.
Palhaços somos nós; desmascarados.


Clara Lobo 

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Bem vinda contra-cultura 2012

Todos fazendo previsões para 2012, acreditando até no possível fim do mundo ou juízo final..

Quis escrever sobre isso porque tenho pensado sobre um assunto polêmico e pessoal, e por pensar comecei a discordar. Pra começar.. não acredito em previsões para o fim do mundo, e isso já adquiri conhecimento, e em grandeza na citação no (Zeitgeist). Acredito que em 2012 entremos em uma Nova Era, e no fim de outra, para que um ciclo ande, e o mundo continue a girar em torno de outros planetas. Dizem os Maias, os astrólogos, as previsões, os estudiosos que será um ano em que começarão rebeldias, manifestações, quebra de paradigmas, e aos que negarem a esses "juízos" e avisos pré vistos sofrerão com suas próprias conseqüências, já os que digerirem a mensagem irão adiante juntos por um bem em comum. Os Maias, grandiosos e sábios, fizeram previsões a 2 milhões de anos atrás, e em seu calendário existe uma passagem para 2012 que os estudiosos traduziram assim: "Para metade haverá alimentos, para outros infortúnios, é a época em que terminará o mundo de Deus.. A época de se unir por uma causa". Isso é magnífico e não peca na em minha tradução; Para metade que continuar estacionado, preso a uma antiga era.. faltará alimentos.. porque saindo da Era de Peixes, e entrando na de Aquário.. O Peixe que nega a água logo nega a vida, imediatamente  porque ela vem da água em que o Aquário jorra, portanto nega a continuação, o ciclo e alimento."É a época em que terminará o mundo de 'Deus'", porque para quem sabe que os doze signos representam os doze discípulos de Deus, sabe que Aquário representa o Judas, que trai com uma verdade coletiva, a um paradigma, em busca de uma única verdade que o sustente, onde crie o novo e relativamente o bem comum para todos. É o Aquário derradeiro vanguarda que oferece um outro alimento, de intelecto

Os maltas ainda afirmam que em uma última página é mostrada a "destruição pela água". Em que: "Uma deusa idosa derramava uma jarra de água sobre a terra". Logo então conclui-se que a crença para 2012 é de que: o mundo acabe por um "Tsunami". Como já disse o mundo não acaba entra em uma Nova Era, em que era estamos? Peixes. Caminhando para A Era de Aquário.. em 2012 estaremos entrando na era de Aquário, ou seja, em minha tradução a deusa que jorra água, não jorra no sentido de nos tirar a vida afogados por ela, a Deusa é a Era de Aquário, ou seja, transborda sabedorias pra quem vive e as aceita, para quem está sob influência desse signo ou dessa Era. Entende-se porque estudiosos e astrólogos prevêem que acontecerá a quebra de paradigmas, manifestações, jovens contra a hipocrisia das classes dominantes, será a revolta a tudo que lembre o velho e superado paradigma, a temida e amada rebeldia que influenciou a década de 60, até mesmo o filme (Hair). É a Era em que esperávamos ter a oportunidade de passar por ela, e lutar com e por ela. Toda rebeldia consciente luta por democracia em seu amplo sentido, não é rebeldia, é o novo prisma, a nova e antiga Esperança. 'Rebeldia' rebelada, é essa que trará a nova mudança que precisamos sofrer, e que buscamos sofrer, acordados, de perto, e com os olhos Bem abertos.


"Quando a Lua estiver na sétima casa

E Júpiter se alinhar com Marte

Então a paz orientará os planetas

E o amor guiará as estrelas

Esse é o nascer da ERA de AQUARIUS..."





Assistam aos Filmes: Hair
                    Zeitgeist
                               Profecias Maias



segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Escrever é não escrever. E, o oposto. É estar próximo e distante, é a margem.  É se colidir, e estar a deriva. É indagar sem tragar. Quem escreve chega de perto de muito longe. Faz rascunho seu próprio despertar. Quem escreve sai do branco, do que se forma sem forma, e do que ainda se conservava em branco. A gente se enche e se esvazia, se conhece e se estranha, vive em linha de fronteira entre permissão e negação. É a profundeza do simples. É também predicado, e por vezes o sujeito.

A escrita é cada instante, com quais palavras se escreve? Escreve-se, que não já escreve.
Está-se a vir..


Clara Lobo 


quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Traduzir-se

TRADUZIR-SE

Uma parte de mim
é todo mundo:
outra parte é ninguém:
fundo sem fundo.
Uma parte de mim
é multidão:
outra parte estranheza
e solidão.
Uma parte de mim
pesa, pondera:
outra parte
delira.

Uma parte de mim
alomoça e janta:
outra parte
se espanta.
Uma parte de mim
é permanente:
outra parte
se sabe de repente.

Uma parte de mim
é só vertigem:
outra parte,
linguagem.

Traduzir uma parte
na outra parte
_ que é uma questão
de vida ou morte _
será arte?



Ferreira Gullar

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Nada mais artístico do que a discordância, discordar é um esquecimento do que foi concordado, é estar na divergência da proporção. Discordo de tudo, discordo dos amigos, de deus ,do diabo, da astrologia, do certo, do errado, discordo de mim mesma. Discordo do que concordo, e concordo com o que queria discordar. Discordo do senso comum que faz de todos homogêneos e concordo com o senso crítico que torna todos heterogênos. Penso discordância, porque penso arte, penso concordância porque penso aritificialmente. Nunca concordo com que já disse, nem me fecho em discordâncias do que quero concordar. Minha discordância é falha de tudo concordo para depois discordar.

A discordância não nos faz inimigos, a discordância é o símbolo da verdade que está em cada um de nós. É a concordância das partes como um só. Concordo apenas para harmonizar, porque dentro de mim desafinam milhares de vozes. Pactuo qualquer ruido que esteja afinado, penso que criar essa discordância de ruídos é afirmar o seu ponto de vista aceitando a desarmonia da afinação só para que se divida a mesma linha de raciocício, ou para que então me invada de direções entre essa linha tênue divisória, pois já não suporto mais esse trânsito.

O que eu mais gosto é de discordar, contudo, está no porquê de todas as coisas, e em todas as coisas. Discordo eu  para discordar em concordar? Concordo eu para concordar em discordar?  Concordo eu para discordar em concordar? Ou discordo eu para concordar em discordar?

Discordo para que mesmo?

segunda-feira, 20 de setembro de 2010



(...) A gente pensa que vive num lugar onde se fala o que pensa. Mas eu não conheço esse lugar. Eu não conheço esse lugar! A gente pensa que é livre pra falar tudo que pensa mas a gente sempre pensa um pouco antes de falar!



Gabriel, O Pensador.

domingo, 19 de setembro de 2010

Brotação

Sem pedir licença
Os botões se engatam nos caules
E arrebentam em luz e perfume
Minhas veias
Sorvem esse ópio da estação
Fujo ao acasalamento das pétalas
Ao traçado dos espinhos,
Mas a beleza me alucina
Como o amor que desconheço..
Sei que as abelhas são mais do que a espera do mel,
Que o coração dos beija-flores não batem, vibram..
Inútil dormir no inverno e acordar no verão.


A cada ano a expectativa de flor se reinaugura em mim..
O jardim é o outro lado da espera.






O encontro da primavera

Ao chegar da primavera
O equilíbrio se reinaugura
Nem tanto sol, tão quanto chuva
É harmonia, é brisa...
É o entardecer das flores
Prolongando-se belas..
O Renascer da mesma raiz


Ventania desgovernada de sentimentos
Colisão de pólos
O ser seu céu 
Ser o velho para devir o novo
Mutação insaciável
...


Enraizar
Reflorescer
Crescer


Vibrar
Partir.


Parte da parte que parte em partes tudo que da parte, a parte em grande parte antes de deixar-se em partes.


E em todo o seu reviver, parte..
Para que nunca seja tarde para uma nova estação.



                                           .. Idas e vindas primaveris, do que viveu e ainda vive!

domingo, 12 de setembro de 2010





Pra mente e pro corpo, pros desejos e medos, pras dúvidas e certezas, pras águas passadas e o novo.

O verbo da semana é: Libertar..

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Ao natural..

"É sábio trabalhar naquilo que nos chega naturalmente, se forçarmos alguma coisa seria como comer uma fruta que ainda está verde.."

O que vem da natureza é o que vem da essência, é o que vem doado, é o que a pessoa faz de todo o seu ser, e de todas as suas partes. É o que faz pra dar certo, é o que faz com emoção no equilíbrio de sua razão, é o que faz pensado, e racionalizado, pela intuição que sente de todos seus sinais. O que vem natural é contrário ao artificial.. O que é forçado, vem dissimulado, vem sempre a margem, é contrário ao rio, é inorgânico, faz companhia ao deterioramento, e ao auto-engano. É um suporte adormecido que nunca foi despertado. Enganar-se é o pior suicídio, é a sedução do ego ferido, do amor não produzido. 


quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Integrando: mente, coração, ser.


Integrando: mente, coração, ser.

Lembre-se, o seu ser vem primeiro, seu coração em segundo, sua mente vem em terceiro - esta é a personalidade equilibrada de um autentico ser humano. A mente é lógica, intensamente útil, mas você deve usa-la e não ser usado por ela. A mente tem lhe dado tanto, ela tem reivindicado o direito de ser mestre do seu ser. É aqui que começa o erro, ela tem fechado as portas do seu coração, completamente. A mente pode lhe dar seu pão, mas não pode lhe dar contentamento. Ela não pode fazer você regojizar na vida. Ela é muito séria. E uma vida sem RISO fica abaixo dos padrões humanos, torna-se sub-humana, pois apenas o homem, em toda a existência, é capaz de rir. O riso indica consciencia em seu mais alto crescimento. A seriedade é uma doença. As pessoas estão famintas e o homem quer alcançar a lua (..) Para o riso é preciso um coração liberto do aprisionamento da mente; O CORAÇÃO TEM UM VALOR SUPERIOR.
Acima do seu coração está o seu ser. O ser é meditação. Ser é conhecer a si mesmo e assim você conhece o significado de sua existência. Conhecer o seu SER é trazer LUZ para seu mundo interior. 
A casa, a mesma casa, para mente é só uma casa; para o coração é se torna um lar; e para seu ser ela se torna um templo. A casa permanece a mesma, você que atravessa as mudanças.

"Deixe o entendimento ser sua única Lei"

Osho.

terça-feira, 7 de setembro de 2010


" Os pés..
       eu mantenho 
    no chão..   
                    
          Mas a mente...
Gosto que avooe!"


                                                       Wally Salomão.
"O que é mais importante: Perdoar ou pedir perdão?
Quem pede perdão mostra que ainda crê no amor. 
Quem perdoa mostra que ainda existe amor para quem crê
Mas não importa saber qual das duas coisas é mais importante.
 
É sempre importante saber que: Perdoar é o modo mais    sublime de crescer, e pedir perdão é o modo mais sublime de se levantar."

... Achei muito interessante essa questão de perdoar ou pedir perdão, porque o ângulo é  o mesmo, é como se fosse uma regra de três. E a dor vale tanto pra quem pede como para quem cede. Pedir perdão é por evolução, é o reconhecimento que alguma coisa faltou, desandou, falhou, como ser humano que o reconhece, se aceita e assume as falhas, ao invés de simplesmente anula-las como se não fizessem parte do Ser Humano, pedir perdão é muito mais humano e foge ao animal que nos persegue, é o que invade mesmo, é um estado de evolução e aceitação muito mais além do que qualquer outro, é deixar de sofrer influências do mundo e criar suas próprias resistências de valor . E perdoar, é simplesmente: Per-Doar, é doar. É dar a chance do outro se salvar, é soltar, é ser ambíguo, é ser empático, é ser livre de qualquer aprisionamento,  e é ser sublime, é ser a própria doação incondicional. Não tenho mestrado, em pedir perdão, mas só com a minha graduação o faço sem o menor problema se me for mostrado que eu estive errada, ou magoei, ou decepcionei, ou/e estraguei  tudo por nada. Acredito no poder da palavra, e no perdão me habita, me doou sempre, orgulho é inato, mas insiste em se manter nato, é reconhecível além de toda a filosofia. Eu perdoou sempre, sob uma unica condição: o olho no olho e um forte abraço. 











                                                                          


"O mundo é grande e cabe nesta janela sobre o mar. O mar é grande e cabe na cama e no colchão de amar. O amor é grande e cabe no breve espaço de beijar."


                                      Carlos Drummond de Andrade












"NÃO EXISTEM FATOS, APENAS INTERPRETAÇÕES"
Friedrich Nietzsche 

Misérias subtraídas, glórias indefinidas.

"Quero morto meu corpo
A alma viva em carne viva
Sob condição de vítima não tenho saída
Pego rumo com atalho a primeira avenida
Transcendida a esquina da sabedoria
Que seja bem vinda
MINHA VIDA: Feliz ferida.


Do culto ao corpo
Da minhas boca aos quatro ventos como um sopro
Falo por todos
Será entendido por poucos
Os que são/serão chamados de "loucos"
Por sobreviventes, enrustidos, "meninos de ouro"
Falsas máscaras, identidades
Não caem na verdade..
O "louco filósofo" reflete na realidade
O passivo vive PARA e não NA sociedade
Papa.. representante das pessoas sem fé
Que se nomeiam devotos cristãos, 
Sem alguma vocação
Muitos menos cidadão.
Sem fé. 
Mas com religião!
Rejeitando perdão ao "IRMÃO"
Que concederia a ele sua própria salvação..
Sou grata aos meus olhos que ainda se espantam tanto,
Não contado que  meu pranto
Cause soluço, espanto.. 
De minhas "sombras" imitadoras
No entanto, enquanto ficam me reparando
Observando, julgando, falsificando
Eu ganho analisando..
A visão socialista, realista do país suburbano
E dos tantos momentos que vivem no "por enquanto"
Que confundem com eterno
Quando era pra ser sincero
Não julgam belo o que usa chinelo
Mas, mais satisfatório o de  terno
Porque pertence ao alto clero.


O escudo é meu sorriso
Estilo no livre arbítrio
Alguns que imagino
O convívio é ativo
A defesa é no tiro, gatilho
Disparo a bala
A resposta/revolta no momento é em lágrimas
Que mais tarde vem ao cubo sanguinária
Pra viver tem que fazer por merecer..
Sobreviver a guerrilha 
Pequena estatística
Fato realista, o alto índice é consumista
Elaboro a vida
Seqüestro, arrisco as "sete vidas"
Aqui (RJ), a chuva ajuda a gente a (sobre?) viver
Em SP chuva faz casas desabarem, quando a "maré" encher
E no sertão eles não tem o que comer, e nem "ela" pra beber..
A miséria é pra valer


Renda PER CAPITA?
Matéria publicada
E embolsada..
No bolso da gentalha de terno e gravata
Nossos representantes "boa vida"
Carregam o discurso: "..nação unida"
ORDEM E PROGRESSO
Regresso...
Ao "mito da caverna"
Conversa interna
Segundo ele, ao sair dela estou liberta
"Enclaves fortificados", "cadeias de luxo"
Uso e desuso
Garantias: "salve-se a cada dia", o seu está na reta..
Que liberdade é essa?
Um "mistério" sem a chave que abre a porta secreta
Para ampliar a descoberta
Da (in) coerência discreta
De mais uma vítima que more analfabeta...


Quero ser dona dos meus "adeus"
Não sou ateu, mas onde está Deus..
Se não no livre arbítrio de escolhas que me concedeu?
Quando crianças como eu morrem sem ter tempo/chance ao seu.."


Clara Lobo - 2006.
Eu, doce ele,   assim para conversarmos a noite inteira finalmente sabermos mais um do outro depois de tanto, tanto tempo.

                                                     


                                                      

                                                      

   

                                                           

                                                             


Não sinto nada mais ou menos, ou eu gosto ou não gosto. Não sei sentir em doses homeopáticas. Preciso e gosto de intensidade, mesmo que ela seja ilusória e se não for assim, prefiro que não seja. Não me agrada viver histórias medíocres, paixões não correspondidas e pessoas água com açúcar. Não sei brincar e ser café com leite. Só quero na minha vida gente que transpire liberdade de alguma forma, que tenha coragem suficiente pra me dizer o que sente antes, durante e depois ou que invente boas estórias caso não possa vivê-las. 
Porque eu acho sempre muitas coisas - porque tenho uma mente criativa e racional - e porque posso achar errado - e ter que me desculpar - e detesto pedir desculpas - embora o faça sem dificuldade se me provarem que eu estraguei tudo achando o que não devia.
Quero grandes histórias e estórias; quero o amor e a indiferença; quero o mais, o demais ou o nada. Não me importa o que é de verdade ou o que é mentira, mas tem que me convencer, extrair o máximo do meu prazer e me fazer crêr que é para sempre quando eu digo convicta que "nada é para sempre".