quarta-feira, 26 de outubro de 2011

O andar do bêbado

Atravessou a rua que o atravessava
Em passos largos, cruzava seu passado


O céu sob a cabeça
O legado sob os pés


Sua pureza era sadia
Orquestrava melancolia; 
Seu ocaso.


Mal disse os olhos uma gota
De saudade, de conhaque


Em seu ventre paria o abismo
Desse solo não pertencente


O finito não vingou
O pressagio sustentou:


Ai moram todos nossos demônios.





segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Imerso legado


E quando ele se foi                                                                        
Branco se fez o papel
Destecido os  horizontes daquela mulher
Da janela avistou murchas as flores
O horizonte em desencanto
Da chaminé somente as cinzas
O vazio transbordou
Tudo que cala aquele opaco olhar


Bebeu mais um gole
E no deserto encontrou torcidas gotas
A tempestade inundou a lucidez rasa


Num trago inspirou toda fantasia que lhe aspirava
Para iludir toda a ilusão que lhe restava
Galgando o legado, esse, de sua ressaca
O alimentou, como se o próprio intitulasse sua calmaria
E  Acreditou dar vida
Há todo imenso que dormia..






Por,
 Clara Lobo e Luizinho Alves.