quinta-feira, 14 de maio de 2020

TOPOGRAFIA FÉRTIL


No ventre do mundo
Um ano fecundado
Sofre contrações

Uma ânsia gere
Um cotidiano aceso
Sob a feitura de palavras
Que ardem
Mas não queimam

O dia irrompe
Por uma bolsa quente
Invólucro de sílabas
Que supõe andar

São as calçadas que alimentam
Os verbos
Que mastigamos

Os porvires de um tempo
Mudam as coisas de lugar
As novas posições emudecem

Um corpo cidade
Urge
 Sob o seio
Da Mátria

Há uma boca
Feita de diáspora
Ancestral
Que canta
Para quem desperta

De um sonho matinal
Amanhecer
Amanhã
Ser
Mulher

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