Eu sou o eterno paradoxo..
Que se eleva em escolher o melhor silêncio, e soltar as pensadas palavras.
Sou o verbo: Eu sei. "Pois nada sei, e busco sempre mais."
Sou quem entra com tudo pra dar, recebe apenas uns trocados, e ainda os guarda.
Sou o olhar com a alma, e o sentimento do que vê.
Sou a renovação que recicla antigos tesouros.
Sou sempre o certo que não tem voto geral, e o errado que precisa apenas da sua propria natureza para mudar tantas certezas.
Sou a certeza, pois não suporto a dúvida.
Sou a contradição para complementação.
Sou minha consciência que me exige como humana, e minha inconsciência que que me aceita como animal. 
Sou só minha razão que é vazia, e só minha emoção que é ilusória.
Sou o equilíbrio em unção subliminar.
Sou quem não fui, para ser. Sou então o também: "Ser ou não ser?"
Sou o poder da liberdade, que escolhe, se responsabiliza, e se angustia.
Sou o Holismo.
Sou a venda das reticências, mas que não foge aos pontos. 
Sou a dor existente e agradecida de te-la a antes nunca te-la sentido.
Sou os campos preenchidos de amor. Sou o amor preenchendo todos os campos.
Sou a suicida que se joga e sente tudo na pele.
Sou o mito da caverna, que se arrisca e concebe novo mundo.
Sou a voz interior, que não precisa ver, mas que existe e fala dentro de cada um.
Sou a motivação que precisa de motivos internos para agir, e não de estímulos exteriores para seguir.
Sou a ciência que critica e precisa de provas concretas, e a espiritualidade interligada preenchida por campos invisíveis.
Sou a percepção que enxerga antes de ter consciência.
Sou Sorte para cada rota que eu siga
Sou a priori, capaz de mudar tudo em um piscar.
Sou o livre arbítrio que trapaceia o Karma.
Sou minha própria medida. Do que sou, do que quero, e para onde deixo ir.
Sou a esperança que vive de sonhos.
Sou a psicologia que pensa por si e por todos.
Sou a doação incondicional.
Sou o suporte de signos.




Essa é minha bandeira, sou tudo que penso que sei.
Mas não sou tudo que falo.
Sou eu, tudo que trago.


Clara Lobo Bello